Ingurgitamento mamário – sintoma pré-menstrual -congestão mamária pré-menstrual

Plantas Relacionadas na Literatura : Funcho [erva-doce].
Sintomas e Causas :
Alfonsas Balbachas, As Plantas Curam, 1959, 7a Ediç.: infiltração de um tecido por derramamento sanguíneo. O mesmo que enfartamento ou infarto. Dentre todos os sinais e sintomas que caracterizam as manifestações pré-menstruais, o ingurgitamento e o dolorimento mamário estão entre alguns dos mais comuns. Mesmo muitas mulheres que não se queixam de nenhum outro distúrbio pré-menstrual, frequentemente referem graus variáveis de congestão e/ou dolorimento nos seios durante os dias que antecedem a vinda da menstruação.
A congestão e o ingurgitamento mamário constituem as mais freqüentes manifestações objetivas da sintomatologia pré-menstrual – sendo, portanto, as que mais facilmente se evidenciam ao exame clínico. Isto ocorre porque, no período pré-menstrual, torna-se mais evidente o aumento na densidade e volume dos espessamentos e nodulações do parênquima mamário característicos das chamadas “mastopatias funcionais” (ou “alterações funcionais benignas das mamas”). Por outro lado, este aumento pré-menstrual na densidade dos tecidos mamários deve-se principalmente à típica congestão que se dá nestes órgãos no período que antecede a vinda da menstruação. Mesmo assim, com relação à etiologia precisa desta congestão mamária que precede de poucos dias a uma semana o sangramento menstrual, temos de reconhecer que ela ainda permanece obscura da mesma forma que a dos demais edemas e reações congestivas que ocorrem em outras partes do corpo feminino durante o pré-mênstruo. Entretanto, quero salientar mais uma vez que é exatamente ao nível dos seios que a retenção hídrica e os fenômenos congestivos que com freqüência precedem a menstruação se tornam mais evidentes e facilmente perceptíveis ao exame clínico (toque). Assim, além da provável atuação de fatores causais locais ao nível mamário, há elementos que sugerem a existência de uma inter-relação de ordem mais ampla entre todas estas manifestações edematosas pré-menstruais. A congestão pré-menstrual cíclica dos seios se manifesta clinicamente por: 1) um aumento mais ou menos difuso do turgor e/ou do volume destes órgãos; 2) um nítido aumento de consistência e volume das suas estruturas glandulares e ductais e do tecido conjuntivo que as envolve. Todas estas alterações com freqüência se acompanham de fenômenos dolorosos espontâneos ou induzidos pelo toque e pela compressão. É importante salientarmos que consideráveis variações na intensidade de todas estas manifestações podem ser verificadas na mesma mulher de um seio para o outro – o que demonstra a importância da resposta específica ao nível do órgão efetor em relação aos estímulos que causam os fenômenos congestivos.
De forma semelhante ao que ocorre com a maior parte dos outros sinais e sintomas que surgem nos dias que antecedem a vinda da menstruação, esta congestão mamária pré-menstrual cíclica também tende a se reduzir mais ou menos rapidamente com o início do mênstruo. Ainda com relação à etiologia desta congestão pré-menstrual dos seios, é possível que, nesta fase do ciclo, reações específicas dos tecidos mamários aos estrogênios, à progesterona, à interação entre estes hormônios ou ao declínio nos seus níveis levem à formação local de substâncias que aí alterem a permeabilidade dos capilares sanguíneos ou provoquem uma retenção hidrossalino, causando os fenômenos congestivos. As já referidas variações na intensidade destes fenômenos de um seio para o outro na mesma mulher falam a favor desta hipótese. Pelo outro lado, já vimos que, com freqüência, a congestão mamária pré-menstrual é apenas uma manifestação mais localizada da retenção hídrica sistêmica que muitas mulheres apresentam nos dias que precedem a menstruação – retenção hídrica esta que faz parte do conhecido quadro da tensão pré-menstrual *. Também devido a este engurgitamento mamário pré-menstrual, mulheres cujas mamas apresentam aquele aumento dos espessamentos e nodularidades característicos das já referidas “mastopatias funcionais” (ou “alterações funcionais benignas das mamas”) freqüentemente referem graus maiores de dolorimento e desconforto mamário nos dias que precedem a menstruação. Ao longo das últimas décadas, vários tratamentos têm sido utilizados e propostos para esta congestão e dolorimento mamário pré-menstruais. Os tratamentos tradicionais são comumente baseados no uso de hormônios (principalmente progesterona e progestogênicos) e diuréticos que produzem a eliminação de sódio e água, levando a uma consequente redução dos edemas. Outros medicamentos também têm sido experimentados nos últimos anos, com resultados incertos e indicações muitas vezes controversas. Desta forma, é fundamental enfatizarmos que cada caso necessita ser individualmente avaliado com todo o cuidado, para que o tratamento mais adequado possa ser prescrito. Apesar de não haver relação entre a usual congestão mamária pré-menstrual e o câncer de mama, assim mesmo quero enfatizar que o manejo clínico de todos os problemas mamários deve obrigatoriamente incluir, como rotina, plena atenção à prevenção e à detecção precoce do câncer de mama. Nota 1:  Outra manifestação bastante localizada destes edemas que precedem a menstruação é a congestão pélvica pré-menstrual – congestão esta que, apesar de afetar principalmente o aparelho genital, também se estende a outras estruturas próximas. Ela se manifesta clinicamente por um dolorimento e sensação de peso no baixo ventre, sendo também freqüentes a sacralgia e a lombalgia de origem reflexa.
Nota 2:  De acordo com estudos recentes, alguns efeitos da progesterona e dos progestogênios (“progesteronas” sintéticas) sobre as estruturas glandulares das mamas estão se tornando bastante controversos. Mesmo assim, sou de opinião que ainda é muito cedo para que se mude totalmente os princípios básicos que sempre nortearam o uso destes hormônios para vários problemas mamários. Nelson Soucasaux é ginecologista, dedicado à Ginecologia Clínica, Preventiva e Psicossomática. Formado em 1974 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é autor de diversos trabalhos publicados em revistas médicas, e dos livros “Novas Perspectivas em Ginecologia” e “Os Órgãos Sexuais Femininos: Forma, Função, Símbolo e Arquétipo”, publicados pela Imago Editora, Rio de Janeiro, 1990, 1993.

Tratamentos Fitoterápicos Propostos

Tratamentos Propostos : Alfonsas Balbachas, As Plantas Curam, 1959, 7a Ediç. indica: cocleária, comilo, funcho.