Substâncias
Já faz bastante tempo que se comprovou cientificamente que o consumo dos probióticos pode otimizar a ação da microbiota do intestino, melhorando o seu funcionamento e, consequentemente, de todo o nosso sistema digestivo. Mas resultados negativos obtidos em estudos recentes puseram novamente em dúvida a eficiência dessas bactérias presentes em produtos fermentados do leite, gerando questionamentos sobre os benefícios ou malefícios que podem causar.
Nos estudos, realizados na Holanda, os pesquisadores acreditaram que a administração de probióticos poderia prevenir as complicações das infecções em portadores de inflamação aguda do pâncreas (pancreatite).
No entanto, apesar de o planejamento e a execução do projeto terem sido cientificamente corretos, um número inesperadamente alto de pacientes do grupo que recebeu os probióticos morreu. Tal fato atingiu grande repercussão após ser publicado em diversos jornais e periódicos, o que fez com que muitos consumidores passassem a temer esses alimentos. Embora esse resultado seja alarmante para o público leigo, devemos lembrar que, ainda que tenham o mesmo nome, os probióticos utilizados no experimento com doentes graves não são os mesmos que as pessoas saudáveis consomem nos alimentos. Além disso, a forma de administração foi completamente diferente: nos pacientes, os probióticos foram acompanhados de alimentação por tubos, diretamente no trato intestinal, enquanto os que estão à venda no mercado são consumidos normalmente na alimentação. Isso sem contar o fato de que cada colônia de probióticos tem capacidades únicas, o que faz com quem os resultados obtidos para uma não sejam transferíveis para outra variedade.
Assim, podemos concluir que, para as pessoas sadias, o consumo regular de probióticos nas bebidas fermentadas contribui para um intestino saudável, desde que aliado a outros fatores nutricionais e a um estilo de vida equilibrado. Mas devemos lembrar que é preciso tomar um grande cuidado quando eles são aplicados a pacientes com doenças graves, pois resultados de estudos em pessoas saudáveis não podem ser facilmente adaptados para pacientes doentes. *
Material elaborado pelo Dr. Wim van Dokkum
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