Nome Científico: /www.anaisdedermatologia.org.br/public/artigo.aspx
Órgão Ativo Tóxico:
Entidades ou condições clinicodermatológicas relacionadas com plantas Eczemas irritativos ou alérgicos (dísidrose, queilite, dermatite perioral, estomatite, queilite angular, conjuntivite, dermatites aerotransportadadas e eritrodermias, principalmente por banhos); eczemas fototóxicos ou fotoalérgicos, agudos e crônicos (reticulóide actínico, erupção polimorfa à luz, dermatite de Berlock); urticárias por contato, ingestão ou inalação; eritema polimorfo; reações granulomatosas ou sarcoídicas (espinhos ou micropêlos); prurido e/ou prurigo localizado ou generalizado (roçara do feijão); paroníquia; púrpura palpável ou vasculite leucocitoclástica; pápuIas verrucosas (espinhos); acromia vitiligóide.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico das dermatites de contato por plantas deve partir do exame clínico e anamnese, tentando-se correlacionar atividade profissional, uso de medicamentos e cosméticos, possíveis contatos ocasionais ou acidentais, viagens ao campo, com a reação cutânea observada, atentando-se para o quadro clínico específico, em relação ao tipo de reação que as plantas podem determinar. Assim, nos casos de reações irritativas, fototóxicas e outras reações não alérgicas, o diagnóstico é clínico. Na suspeita de reações por hipersensibilidade pode-se recorrer aos testes de contato. O patch test com bateria padrão pode induzir ou reforçar a hipótese clínica, sem, no entanto, dar confirmação do diagnóstico. Pode demonstrar sensibilização ao bálsamo-do-peru, antraquinona, terebintina, formaldeído, colofônia, eugenol, isoeugenol, geraniol, aldeído cinâmico e outros componentes da mistura de fragrâncias. Quando ocorre positividade a uma dessas substâncias, deve-se fazer correlação clínica, considerando a relação que possa existir do alérgeno e do tipo de reação na pele com a história clínica. Deve ser considerada também a possibilidade de sensibilização a uma dessas substâncias, sem relação com o quadro em estudo. O Patch Test realizado com extrato de plantas ou com mistura do pó de serrarias tem sido realizado em diversos estudos, embora tenha valor limitado, considerando a grande margem de erro de interpretação, com confusão entre irritação e alergia, pois alguns componentes sensibilizantes podem aparecer muito diluídos nesses extratos, impossibilitando o diagnóstico correto. Várias plantas têm composição química conhecida, o que pode facilitar a formação de bateria específica para testes de contato por plantas, podendo-se sugerir as seguintes substâncias na composição: tulipsóide-A, lactonas sesquiterpênicas, cardol, bilabol, resorcinol, uruschiol, primina, anis, timol, mentol, óleo de louro, citral, citronelal, eucaliptol, cânfora, dialilsulfito, gingerol, zingerone, baunilha, óleo de sésamo, alantoína, naftoquinonas, benzoquinonas e outras, já incluídas na bateria padrão. Novos produtos químicos podem ser adicionados aqui, à medida que se desenvolverem novos estudos em dermatologia botânica, bem como, nas dermatoses alérgicas.
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
O tratamento consiste basicamente no esclarecimento sobre a causa, como evitar contato com o possível agente causal, uso de banhos ou compressas e cremes ou pomadas à base de corticóides, conforme a face da dermatite. Casos mais graves necessitam corticóides de uso oral. Os cremes de barreira com quaternium-l8-bentonita estão sendo usados para proteção em relação às plantas da família Anacardiaceae que contém uruschiol, e o óleo de mamona (ácido ricinoléico) é usado para proteger ou diminuir a gravidade das dermatites de contato relacionadas com ácido anacárdido e outros componentes do líquido da casca da castanha do caju, nas operárias das fábricas de castanha-de-caju, que manipulam as castanhas com casca. Outras medidas preventivas ou de controle da enfermidade recomendadas são as seguintes: uso de luvas, máscaras, vestuário adequado, conforme a atividade ou profissão; lavagem freqüente das mãos, banhos (lavatórios e chuveiros são obrigatórios em serrarias e marcenarias, além de ventilação exaustora e vapores úmidos); evitar contato das mãos com os olhos durante manuseio com plantas e seus produtos; cuidados especiais com crianças, que são mais susceptíveis, pela falta de conhecimento ou experiência no convívio com seu meio ambiente. Também devem ser aconselhadas medidas de proteção solar, na suspeita de fitofotodermatoses, especialmente nos casos crônicos.
Autores _Recebido em 24.8.99.
_Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 9.9.99._ *Trabalho realizado no Serviço de Dermatologia, Hospital Universitário Walter Cantídio, Universidade Federal do Ceará. An bras Dermatol. Rio de Janeiro. 74(6):629-634. nov./dez.1999.
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