Órgão Ativo Tóxico:
PRINCIPAIS CONTAMINANTES DE PLANTAS MEDICINAIS Metais pesados Metais pesados fazem parte das preparações farmacêuticas de várias escolas da medicina oriental, utilizados geralmente em conjunto com extratos de plantas medicinais. Na medicina tradicional indiana a importância de metais, como ouro, cobre, estanho, chumbo, mercúrio, ferro, prata e zinco, é enfatizada para a bioquímica do corpo humano. Na medicina tradicional chinesa, mercúrio faz parte de algumas preparações sob a terminologia cinnabaris (sulfeto de mercúrio), calomel (cloreto de mercúrio) ou hydrargyri oxydum rubrum (óxido de mercúrio).
Estes produtos são utilizados para indicações variadas, como tranqüilizantes, anti-epiléticos, no tratamento de úlceras e insônia. O chumbo é utilizado como Mi Tuo Seng (Lithargyrum) e o arsênio como Xiong Huang (Realgar). No entanto, alguns livros-texto como os Aiurvédicos, alertam para a toxicidade desses metais e apresentam alguns métodos para a sua detoxificação
A contaminação de vegetais com metais pode ter diversas origens, tais como acidental, proposital, contaminação do solo, de materiais de origem natural ou mineral e durante a manufatura.
Um grande risco para a população, em geral, são os fitoterápicos importados de países asiáticos, uma vez que as formulações são bastante diferentes das preparadas pelos ocidentais, contendo metais pesados em concentrações que, muitas vezes, ultrapassam os valores seguros para consumo. Um estudo realizado em Londres no período entre 1991 e 1995 mostrou uma série de efeitos adversos associados à medicina tradicional oriental. De 12 casos de contaminação por mercúrio, chumbo e arsênio, 9 foram associados a ervas medicinais e cosméticos indús. Pesquisadores indianos avaliaram recentemente a concentração de metais pesados em 31 formulações Aiurvédicas. Com exceção de uma dessas preparações, todas excederam os limites legais de metais pesados, sendo que 16 delas ultrapassaram por mais de duas ordens de grandeza os valores máximos permitidos (no caso do mercúrio, 1 ppm). Várias formas diferentes de mercúrio foram encontradas nessas preparações. Numerosos casos de envenenamento por metais pesados associados ao uso da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) têm sido publicados nos últimos anos. O chumbo é um dos principais responsáveis por estes envenenamentos. Outros metais pesados, como mercúrio, arsênio, cádmio, cobre e tálio também têm sido encontrados em fitoterápicos da MCT.
Estudos realizados em Singapura com 2080 amostras de medicamentos chineses revelaram que 42 amostras excediam os limites permitidos para metais pesados. Destas, 28 continham mercúrio, 8 chumbo, 6 arsênio e 1 cobre.
Estudos realizados nos Estados Unidos mostraram que, em 251 produtos da MTC, 24% continham pelo menos 10 ppm de chumbo, 36%, uma média de 14,6 ppm de arsênio; 35%, uma média de 1046 ppm de mercúrio e 23%, mais de um elemento contaminante e/ou adulterante.
Estudos recentes, realizados no Brasil com plantas de origem nacional e outras de diversas origens, mostraram a presença de metais em altas concentrações. Em extratos de Aesculus hippocastanum, obtidos na França e Alemanha, chumbo foi detectado na concentração de 1.480 mg/g de extrato, 440% acima da dose máxima recomendada. Os riscos de contaminação com metais pesados em formulações contendo extratos de plantas medicinais orientais têm aumentado significativamente com a possibilidade de aquisição de medicamentos via Internet. Contaminações com fármacos ou outras plantas medicinais Além dos metais pesados, têm sido encontrados fármacos, adicionados com o objetivo de aumentar os efeitos propagados, em fitoterápicos da chamada Medicina Tradicional Chinesa. De 251 amostras da MTC analisadas nos EUA, em 7% foram encontrados produtos contendo fármacos não declarados, como efedrina, clorfeniramina, metiltestosterona e fenacetina. Além destes, aminopirina, aspirina, betametasona, clordiazepóxido, clorfeniramina.
Substância Tóxica:
Outras contaminações Níveis altos de organofosforados foram recentemente encontrados em amostras de cumina (Cuminum cyminum), uma planta amplamente consumida por crianças e recém-nascidos para acalmar tosses e aliviar dores de garganta. Relatos científicos mostraram que compostos organofosforados do tipo profenofos causam mal estar, dores de estômago e diarréia. No caso do uso da cumina, que não é classificada nem como alimento nem como droga, não existe respaldo para sua utilização pela legislação atual. A possibilidade de contaminações microbiológicas também deve ser atentamente observada, em especial em plantas medicinais vendidas em feiras e mercados populares, como ocorre comumente no Brasil.
Na Europa, verificou-se que, de um total de 138 amostras provenientes de 31 tipos de fitoterápicos obtidos de 9 diferentes fornecedores da Áustria e da Alemanha, 4 estavam contaminadas com Escherichia coli, 2 com Campylobacter jejuni e 9 possuíam potenciais produtores de aflatoxinas, os quais foram identificados como sendo fungos aflatoxigênicos
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