Erva mular – (Pé-de-perdiz)

Nome cientifico: Croton spp [C. nepetaefolius; C. perdicipes; C.cajuraca; C.antisyphiliticus e outras]

Sinonímia (NO BRASIL, PELAS DIMENÇÕES TERRITORIAIS DO NOSSO PAIS, É NORMAL A REPETIÇÃO DE NOMES COMUNS DE PLANTAS TOTALMENTE DIFERENTES EM DIFERENTES PARTES DO PAIS): Alcanforeira, herva-mular, cajuraca.
Canela-de-perdiz, curraleira, alcanforeira

O gênero Croton é constituído
por um número considerável de espécies no mundo
(750-1.000) (Webster [2]), das quais 400 são
reportadas na Amazônia, especialmente no Brasil e são
conhecidas popularmente como sangue-de-grado ou
sangue-de-drago (Pollito et al. [3]).
No Estado do Acre foram encontradas cinco espécies de
gênero Croton, todas denominadas pelo nome comum de
“velame”, diferenciadas somente do C. lechleri Müll. com o nome de “sangue-de-drago"

Composição Química:

Croton nepetaefolius: a espécie produz um óleo essencial com aroma agradável e característico, que apresenta os seguintes constituintes químicos: α-pineno, canfeno, β-pineno, 1,8-cineol, cânfora, α-cubebeno, α-copaeno, α-cubebeno, α-elemeno, metil-eugenol, E-cariofileno, α-Z-bergamoteno,10 α-guaieno, α-humuleno, biciclogermacreno, α-cadineno e o óxido de cariofileno. O teor desses constituintes pode variar dependendo do horário em que a planta foi coletada (Morais et al., (2006).


Dados para Cultivo

Propagação: planta nativa propagação expontânea: sementes

Espaçamento: sem plantio comercial

Época de Plantio: pós frutificação natural

Época Colheita: ideal: pre ou início do florescimento


Informações Gerais

Contra Indicações:

Nada consta, mas como são muitas espécies de Croton, espera-se mais pesquisas para o futuro


Uso Medicinal

Uso Principal:

O gênero Croton é um gênero com grande quantidade de espécies ocupando todos os continentes nas  áreas tropicais e sub-tropicais, mas especificamos algumas informações de algumas delas.
Diversas espécies de Croton vêm sendo estudadas e os resultados destas pesquisas têm trazido grandes contribuições para o campo científico. Silva et al (2001) identificaram a presença de princípios tóxicos e atividade leishmanicida, interoceptiva, antiulcerogênica,hipoglicêmica; e hipo lipidêmica do C. cajucara. Guerrero (2002), relatam a presença da atividade anti-hipertensiva e vaso relaxante do C. schiedeanus. Nardi (2003), averiguaram atividade anti-inflamatória e antioxidante do C. celtidifolius.
Algumas espécies de Croton sp. possuem atividade antimicrobiana relatada na literatura, dentre as quais podem ser citadas o C. antisyphiliticus e o C.perdicipes, por seu uso popular em feridas e úlceras e como antimicrobiana, e o C. urucurana, que é usado como anticéptico (Gurgel et al.,e o Croton cajuraca nas patologias: leishimaniose; antinociceptiva; anti-ulcerogênica; na diabete, e o C. celtidifolius como anti-inflatória, antioxidante, e o C.schiedeanus na hipertensão e como vaso relaxante,
2005; Fenner, 2006).
Neste trabalho analisou-se a atividade antifúngica de três espécies do gênero Croton: C. nepetaefolius, C. argyrophylloides e C. zenhteneri.
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As espécies de Croton têm grande interesse pelas
suas propriedades químicas e farmacológicas,
comprovadas clinicamente como anti-inflamatória,
cicatrizante, anticancerígenas, antimicótica,
antibacteriana e antiviral, sendo utilizadas para
inúmeras doenças
(Pieters & De Bruyne, ).

 

Específica para úlcera gastroduodenal, gastrite, e auxiliar no câncer do aparelho digestivo

Croton antisyphiliticus Mart. ex M. Arg., conhecido popularmente como pé-de-perdiz, é uma planta medicinal nativa do Cerrado, cuja raiz é utilizada na forma de decoto para combater infecções do aparelho reprodutor masculino e feminino. A coleta da planta é realizada de forma extrativista e não há trabalhos a respeito da sua conservação.
Taíce Gonçalves de OliveiraI,III, 1; Paulo Sérgio Souza PinaII; Bianca Waléria BertoniIII; Suzelei de Castro FrançaIII; Ana Maria Soares PereiraI,III


A Croton antisyphiliticus Mart., conhecida popularmente como canela-de-perdiz ou curraleira, é uma planta arbustiva do cerrado brasileiro, encontrada principalmente no estado de Minas Gerais. A medicina popular descreve o uso desta espécie no tratamento da sífilis, inflamação, lesões ulcerativas, eczemas e reumatismos. autor Reis, Gustavo Oliveira dos

Uso Normal:

Esta planta é popularmente usada para aliviar distúrbios gastrintestinais, na forma de chás e infusões. Seu óleo essencial tem o efeito antiespasmódico comprovado sobre a musculatura lisa intestinal (Coelho de Souza et al., 1997; Morais et al., 2006). Também exerce efeito anti-hipertensivo, que é mais potente em animais com hipertensão genética ou experimental, o qual se deve a uma ação direta, que é o relaxamento miogênico do músculo liso vascular, e a um efeito indireto, via atuação no sistema nervoso autônomo (Catunda Jr., 2003).
Ademais, o óleo essencial tem atividade antimicrobiana e anti-inflamatória, também relatada,sugerindo que o mesmo tenha também atuação sobre as funções imunológicas do organismo.
Essa hipótese é reforçada por dados da literatura, que mostram que o metil-eugenol, um importante constituinte deste óleo, tem propriedade imunomoduladora e anti-inflamatória
(Franchomme & Penoel, 1995; Catunda Jr., 2003; Magalhães et al., 2004).
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>>> HIPÓTESE a ser comprovada {tese de mestrado: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
FACULDADE DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
RAQUEL OLIVEIRA DOS SANTOS FONTENELLE
>>EFEITO [buscado no estudo]

Óleos essenciais encontrados na L. sidoides, C. zenhteneri e C. nepetaefolius, bem como, seus constituintes majoritários, apresentam de antifúngica contra cepas com  atividades  de M. canis, T. mentagrophytes var. mentagrophytes e Candida spp.
A literatura cita também, para esta planta, efeito como anticancerígena; anti-viral, antiespasmódica, atividade gastro-intestinal.

 

Segundo dados etno farmacológicos, o extrato hidroalcoólico das raízes é utilizado no tratamento de algumas doenças sexualmente transmissíveis e de infecções do sistema reprodutor feminino e masculino (BARROS, 1982).

Características:

O gênero Croton é um dos maiores da família das Euforbiaceas, com cerca de 800 espécies distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais. É notavelmente bem representado na América do Sul, e no Brasil estão registradas cerca de 300 espécies (Amaral, 2004). Espécies do gênero Croton usualmente são monoicas, as inflorescências apresentam flores femininas na base
e masculinas no ápice, caracterizam-se ainda por possuírem flores masculinas com filamentos
flexionados no botão e as flores femininas com pétalas reduzidas ou ausentes (Suarez, 2003).
2.2.1.1 Croton nepetaefolius Baill
O Croton nepetaefolius Baill., popularmente conhecido como marmeleiro vermelho
ou marmeleiro sabiá, é uma árvore de pequeno porte, muito abundante na região Nordeste do
Brasil, inclusive no Ceará (Canuto, 2005). Pode ser encontrado nos cerrados, matas litorâneas e
principalmente na caatinga (Magalhães et al., 2004).
Possui folhas com limbo triangular (Figuras 1 e 2), palmatinérveo, oval, agudo, de
base cordato-sub truncado ou levemente cordado, providas de glândulas estipitadas e de margens
duplamente serradas; na página superior são viloso pubescente, tornando-se depois hirto pubescente.
As flores são pequenas, reunidas em cachos e o frutos são cápsulas tricocas
(Magalhães et al., 2004).
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As espécies de Croton do Acre são arbustos, árvores de
pequeno e de grande porte, heliófitas, 3-30 m de altura, 5-
40 cm de diâmetro, fuste cilíndrico a irregular, copa
globosa, horizontal ou alongada, amplas e abertas. Casca
creme-bege, cinza-bege, marrom, cinza-marrom, cinza avermelhado;
lenticela, nodosa, fissurada com cicatrizes
em forma de meia lua; secreta látex avermelhado de
consistência viscosa. Ramos de seção circular, poligonal
ou poligonal-irregular, branco, bege-cinza, bege-creme,
marrom; folhas jovens terminais conduplicadas; com
tricomas estrelados densamente distribuídos. Folhas
simples e alternas e/ou agrupadas na extremidade;
elípticas, elíptico-oblongas, elíptico-lanceoladas, elíptico obovadas,
abocada-cordadas, ovada-cordadas ou cordadas;
bordo inteiro, levemente serrado ou sinuoso; ápice agudo e
ligeiramente mucronado ou levemente acuminado; base
redonda, cordada, aguda ou obtusa-irregular; espininervada
reta, reta-oblíqua, oblíqua, reto-curvada ou sub palmada;
papirácea ou cartácea; na parte adaxial verde claro ou
pálido, com pequenas glândulas microscópicas nas
margens ou perto das nervuras…
Percy A. Zevallos-Pollito e Mário Tomazello Filho

 

Árvore com 6 a 8 metros da altura, caule ereto, pouca ramificação, folhas ralas, produz frutos com formato de bolsa, de coloração escura, na qual armazena as sementes . Suas folhas são voltadas para cima. Seus galhos são curtos, isolados. Aparece em beiradas de estradas, e prefere os cerrados.
O enraizamento foi obtido em meio MS sem regulador vegetal e a aclimatização pode ser realizada em solo do cerrado com brotações sem a presença de raízes desenvolvidas in vitro.
Croton antisyphiliticus é um subarbusto conhecido como pé-de-perdiz e alcanforeira (SAINT-HILARIE, 2009). Embora a espécie seja amplamente utilizada por populações que habitam o bioma Cerrado, até o presente momento, não há estudos agronômicos que viabilizem a sua propagação, sendo a exploração realizada exclusivamente por meio de coleta extrativista, o que tem comprometido a sobrevivência das populações naturais, aumentando o risco de extinção e/ou erosão genética da espécie.

Taíce Gonçalves de OliveiraI,III, 1; Paulo Sérgio Souza PinaII; Bianca Waléria BertoniIII; Suzelei de Castro FrançaIII; Ana Maria Soares PereiraI,III

Foto:

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